quinta-feira, 23 de outubro de 2008

The story of stuff !


Olá, pessoal uma das propostas deste blog também é divulgar vídeos que envolvam uma contextualização ambiental, política, científica e social.
Neste vídeo vocês podem conferir uma iniciativa sensacionalmente didática que engloba todos estes temas, ele nos mostra o funcionamento da nossa sociedade através da história das coisas. Abaixo vocês terão acesso ao vídeo na integra com duas versões disponíveis. A princípio ele parece longo, mas quando começarem a assistir, entenderam que já resumiram muito a história.
É uma ótima ferramenta para usar em aulas. Espero que gostem!



Versão legendada: http://video.google.com/videoplay?docid=-3412294239230716755&ei=gvABSaGMLoWiqgLH89jjAw&q=the+story+of+stuff+portugues


Versão dublada: http://video.google.com/videoplay?docid=-7568664880564855303&ei=zfABSYy8ApKYrQL2waz7Dw&q=the+story+of+stuff+dublado


Ótimas reflexões a todos....

domingo, 19 de outubro de 2008

O melhor negócio do mundo!

Há algum tempo atrás escrevi aqui neste blog sobre o segundo melhor negócio do mundo, que na minha opinião era grilar terras e vender madeira na Amazônia. Naquela época esperava inspiração para escrever sobre o melhor negócio do mundo que teria algo a ver com o comércio do petróleo. Hoje conversando com amigos do setor financeiro, percebi como fui ingênuo em dar tanta trela aos personagens da trama e não ao roteiro por trás dela. O melhor negócio do mundo com certeza é a economia financeira e o setor bancário.
Isto porque este setor não trabalha na geração de renda através de uma economia real, aquela palpável, que envolve o cotidiano de pessoas comuns. O setor financeiro cria dinheiro através da especulação e da venda do próprio dinheiro, aumentando exponencialmente o lucro dessa forma. Embora o termo seja batido, tudo funciona como um grande cassino, mediado por interesses pessoais e portanto regrado pelo dilema do prisioneiro (prometo um post sobre este fenômeno em breve).
Seguindo as regras do jogo, não existe problema algum em agir dessa forma, é até esperado que façamos isso, cada um investe ou gasta “seu dinheiro” da forma que bem entende, essa é a essência do liberalismo, que não por coincidência também é a essência do nosso individualismo genético. Na natureza as coisas também ocorrem de forma semelhante, cada indivíduo gasta sua energia no que acredita ser mais favorável a sua sobrevivência e reprodução e o processo é mediado por seleção natural.
Durante esta crise financeira, com certeza Adam Smith tem se revirado no caixão, seus conceitos de mão invisível e da livre escolha dos indivíduos (sejam eles pessoas físicas ou jurídicas) sem intereferência estatal, foram por água a baixo. Os governos em socorro aos investidores inescrupulosos, resolveram pagar a conta dos loucos e ficar com prêmio dos trouxas. Dessa forma eles impediram que a seleção natural atuasse no controle de bons investidores, reduzindo os níveis de especulação a números palpáveis e próximos dos números reais da economia.
É como se Deus resolvesse dar uma forcinha para alguma espécie capenga, em risco de extinção, por exemplo.
Claro que não é a primeira vez que isso acontece, já tivemos várias crises como esta, mas a insistência em conduzir o problema desta forma só faz aumentar as chances de novas ocorrências e novas bolhas.
Quando os governos resolveram pagar a dívida dos bancos que estavam quebrados, eles mais uma vez condenaram a economia a este interminável ciclo vicioso.
Mas afinal o que isto tem a ver com conservação da natureza você deve estar se perguntando.
E eu direi, TUDO, pois são as relações econômicas que ditam as regras de funcionamento da sociedade, a exploração e comércio de recursos naturais, e não o contrário como sempre imaginei.
Sem uma economia equilibrada fica muito mais difícil investir em idéias novas, como as de sustentabilidade. Os investimentos se canalizam principalmente para áreas tradicionalmente rentáveis como Petróleo, Armas e Alimentos.
É isso... tem até quem diga que tudo é coordenado para sempre ser assim, para manter o “statu quo” de alguns bons investidores, que sempre mandaram na economia. Mas como eu e provavelmente você, não fazemos parte deste time, só nos resta especular sobre o futuro.

sábado, 6 de setembro de 2008

Mudanças climáticas, extinção de espécies e diversidade funcional

Muito se fala em aquecimento global, mas a pergunta que muitas pessoas se fazem é: e daí? São cada vez mais fortes as evidências de que o aumento da temperatura do planeta, aumenta a taxa de extinção de espécies, e mais uma vez, e daí? Se nossa espécie parece só se beneficiar com isso já que nossa população anda crescendo descontroladamente.
Pois é, mas a redução da riqueza de espécie acaba não só com os indivíduos diretamente afetados, mas acaba também com seus “papéis ambientais”.

Existe uma enorme diversidade funcional por traz do ecossistema. A seleção não proporcionou somente a existencia de espécies diferentes umas das outras, ela criou também mecanismos para existência de toda uma ciclagem de energia no planeta. Ciclagem esta que quando afetada desequilibra todo o balanço energético global. Afetando indiretamente a vida de todos nós.
Um planeta mais quente, tem mais energia na atmosfera, ventos e chuvas mais fortes, maiores catástrofes ambientais de modo geral, que atrapalham não só nosso transito, mas também a reprodução e sobrevivência dos peixes bois e das libélulas por exemplo. Não sou eu quem fala isso, mas Carlos Nobre, importante climatologista brasileiro. Para saber mais click aqui e assista ao vídeo da sua palestra para a FAPESP.
Nosso desenvolvimento tecnológico mascara, o nosso atraso ético, pois enquanto nossa população cresce, as condições de vida da maioria é desumana. Isso claro sem falarmos nos outros seres vivos.
Cada vez mais uma reflexão intima e egoísta se faz necessária. Qual será o limite da nossa interferência? O limite pessoal, quando o furacão chegar e levar nossa casa embora, ou um limite populacional, científico e porque não dizer globalizado. Onde valorizaríamos toda a existência da vida.
É claro que a solução mais energeticamente viável esta no segundo modelo, mas dificilmente ele será o escolhido.

Curta metragem psicodélico-ambiental

Galera!!
Quem tiver 1 minuto e 32 segundos de sobra e curtir uma boa animação sobre conservação da natureza pode assitir o curta abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=D12VddcViKc

Uma boa lição para aqueles que tem uma estreita relação de exploração com nossos parentes nem tão distantes.


sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Deixem os ecólogos trabalhar

Esse mês nosso governo, representado pelo ministério do trabalho, e com sanção presidencial, cometeu mais um erro que prejudica muito os ideais de sustentabilidade e desenvolvimento científico no país. Foi vetada a regulamentação da profissão de Ecólogo. Uma ciência nova, com uma institucionalização também recente, mas reconhecida em várias partes do mundo. Trata-se de um campo que estimula uma visão sistêmica e integrada vida, portanto referente a todos nós. É realmente uma pena em pleno século XXI num momento histórico onde o mundo todo se preocupa com questões ambientais, vivermos em um país com dimensões continentais, detentor da mair diversidade do planeta, tendo 6 cursos de graduação em ecologia existentes com aproximadamente 1000 ecólogos formados, sem terem um reconhecimento adequado. Essa decisão pode ser vista sob duas óticas, a ingênua e concreta, de que tudo não passa de um tremendo mal entendido, gerado pela confusão na interpretação das atuações de ecólogos, ecologista e ambientalista. E a ótica menos palpável, mas nem um pouco absurda, de que este veto seria fruto de um processo consciente de descaracterização da força científico-ambiental brasileira que tem se mostrado bem forte, inclusive internacionalmente.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Imortais!

Está no ar, até dia 30/09/2008, a votação do Prêmio: Brasileiro Imortal, criado com intuito de valorizar cidadãos brasileiros que atuam ou atuaram no desenvolvimento de questões ambientais e culturais. O concurso tem nomes de peso, dentre eles, José Marcio Ayres - fundador do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Aziz Ab Saber, autor de grandes feitos ecológicos como por exemplo a definição geográfica dos biomas brasileiros e a criação da teoria dos refúgios. O tema parece batido e bem publicitário, mas iniciativas como essa promovem o reconhecimento e a divulgação dos cientistas brasileiros e de quebra a conservação de nossos patrimônios naturais. Acho que vale um voto!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Um por todos...e todos por um!

O intenso sobe e desce da economia afeta diretamente a conservação da natureza. Embora não percebamos nossas vidas e principalmente o nosso futuro está atrelado ao interesse de poucas pessoas bem relacionadas, que através de relações comerciais e principalmente políticas definem o presente dos recursos naturais. Um ótimo exemplo é o fato do maior produtor individual de soja do mundo - “Blairo Maggi” - coincidentemente ser o governador do estado do Mato Grosso, e responsável pela fronteira agrícola que mais avança sobre a Amazônia. Um exemplo mais recente é a aprovação no senado da MP 442/08, que triplicará a devastação da Amazônia em curto prazo, com ganhos nem um pouco distribuídos -O segundo melhor negócio do mundo.
O crescimento econômico deveria ser atrelado a um planejamento estratégico, isto é aproveitar o momento favorável da economia brasileira e mundial para desenvolver políticas sérias de controle produtivo e ambiental.
Um exemplo para região Amazônica seria a extração madeireira seletiva, o uso de sistemas agro-florestais e o desenvolvimento de um turismo inteligente. Com nossas imensas quantias de florestas, teríamos madeira boa e cara por gerações a fim, além de podermos colocar zonas agrícolas no meio a mata, reduzindo pragas, distribuindo renda e nos alimentando melhor. Isto significaria gastar nosso dinheiro de forma correta, aumentando a produção interna em áreas já utilizadas e investir em proteção de áreas ainda selvagens.
Mas o lógico dá lugar ao insólito e rentável meio de produção fordista, onde indivíduos, coisas e idéias têm os mesmos valores. Onde todos pagam pelas decisões de UM.

domingo, 29 de junho de 2008

Cinema catastrofe!


De uns tempos pra cá, tem se visto muitas catástrofes ambientais no cinema. Pra citar apenas alguns exemplos já tivemos o “Twister” com seus tornados perseguidores de pessoas, “O Inferno de Dante” despertando vulcões adormecidos e mais recentemente “O dia depois de amanhã” trazendo um pouco das novas teorias sobre as conseqüências do aquecimento global.
Essa semana tive a curiosidade de assistir ao filme “Fim dos tempos”, que segue também a linha catastrofista e mais uma vez me decepcionei com o conteúdo.
O filme traz um suspense sem um vilão personificado, ou melhor, personifica toda a natureza como inimiga. As plantas (todas as espécies aparentemente) criam um complô químico contra nossa espécie. As pessoas que respiram uma toxina liberada por elas se desorientam (toscamente caracterizado como andar para traz, como se fosse mais fácil se orientar andando para traz!!!) e cometem os suicídios mais criativos que hollywood foi capaz de imaginar. O filme foi mais sobre suicídios e do que sobre a temática ambiental, inicialmente proposta.
O filme segue a mesma receita clássica, fenômeno natural descontrolado pela ação do homem e mocinhos (com algum vinculo científico) tentando resolver problemas pessoais enquanto fogem. Vi muitas pessoas após saírem da sala de cinema imaginando a possibilidade daquilo tudo ocorrer. As pessoas esperam que aconteça um fenômeno natural só, que castigue tanto nossa existência que servirá de marco para mudanças drásticas de comportamento. Seria como uma palmada divina, para educar a criação malcriada. Sendo que o mais provável que ocorra é uma descaracterização lenta e gradual de nosso modo de vida. O nível do mar não subirá 3 metros acima da média, mês que vem! Ele só se tornará mais forte e mais alto em determinadas épocas do ano e subindo gradualmente e depois de algum tempo levará todas as casas à beira mar. Os alimentos se tornaram mais caros, a água mais preciosa, algumas pequenas tragédias como desabamentos, enchentes e furacões mais freqüentes. Enquanto isso às pessoas trabalham mais para ter as mesmas coisas, não se conformam com um mundo em constante transformação e conseqüentemente nada fazem para resolver a problemática ambiental.
Não sou contra a magia do cinema, mas simplesmente acredito que esse dinheiro todo poderia ser gasto de forma mais inteligente. Uma história deste tipo poderia ter sido contada de forma mais clara e que ao menos passasse uma lição mais construtivista de consciência ambiental.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A procura da Natureza Intocada

Passei os últimos 40 dias viajando pelo cerrado brasileiro a procura de riachos que não tivessem sido submetidos a qualquer interferência antrópica direta de forma a poder utilizá-los no meu projeto de doutorado como cenários referência para comparação com áreas sob influência humana.

No meio do caminho comecei a constatar que o que estava procurando não existe a alguns milhões de anos, e quão tola era minha jornada. A condição referência nada mais é do que uma re-construção de um mito de natureza intocada, que ainda permanece nas nossas mentes. Quando pensamos em uma unidade de conservação, logo nos vêm à cabeça belezas cênicas, sem qualquer sinal de construção ou de atividade humana. Porém a realidade é completamente diferente do idealizado por nós. As unidades de conservação principalmente na savana brasileira, ambiente que inclusive possuímos uma certa afinidade evolutiva, já foram intensamente modificadas e o que observamos hoje nada mais é do que produto de uma exploração histórica e por que não dizer paleontológica.


Depois de constatar a inutilidade da busca, entendi que posso trabalhar em áreas com a máxima preservação possível, que compõe as ultimas reservas de uma natureza ancestral. Riachos dentro de um contexto natural repleto de oscilações, mas que ainda preservam características únicas, que determinam a distribuição de algumas espécies mais sensíveis.

Desta forma conhecendo melhor a semelhança na estruturação de comunidades distintas, estamos chegando mais perto de compreender a influencia dos processos evolutivos nos níveis hierárquicos mais altos como o de bioma e ecossistema. De forma a podermos controlar melhor a influência inquestionável que causamos.

Cada vez mais me fica claro como tem sido importante na minha formação a realização de viagens a campo. Toda realidade esta exposta a minha frente, proporcionando um amadurecimento profissional intenso e um aprendizado teórico-natural inatingível em salas aula. De forma que considero lamentável a existência de cursos de biologia sem o emprego destas importantes ferramentas didáticas.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Quanto vale uma consciência tranqüila???

Depende de quanto você pode pagar é a resposta clássica. Há algumas décadas, desde que começaram as discussões sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, houve um profundo apego pela “causa” e hoje muitas pessoas parecem olhar com bons olhos para ecologia e para a natureza. Porém no dia a dia, quando ações são requeridas, poucos se mobilizam. Não me refiro as grandes ações como enfrentar baleeiros, fazer passeata em frente a uma mineradora ou fazer greve de fome, por causa de rios.

Falo em pequenas ações, em olhar o mundo a sua volta de uma forma diferente, de pensar em como você pode ser melhor para o mundo e enxergar os benefícios pessoais nestas ações.

Por que parece ser tão difícil assim fazer algo? Porque são hábitos enraizados, ou porque simplesmente é mais fácil e energeticamente mais barato jogar a responsabilidade em cima de outros. A culpa sempre pode ser da indústria, dos Estados Unidos que não assinaram o protocolo de Kyoto, ou ainda daquele vizinho porco que joga lixo no chão.

Somos míopes, com relação a natureza e quanto a nossa parcela da culpa. Em pleno século 21 ainda não conseguimos enxergar uma relação entre o uso de recursos e a escassez de matérias primas. Uma relação matemática óbvia, você só come se houver algo a se comer, se houver comida na sua dispensa. Parece brincadeira, mas ainda não conseguimos perceber que os maiores interessados, e porque não dizer afetados, pelo assunto somos nós mesmos.

Acredito que a resposta resida no fato de que nossa espécie, e talvez todas as outras evoluíram para “pensar” na sobrevivência imediata, essa situação aliada a recursos momentaneamente abundantes gera esta sitação de apatia frente ao futuro próximo.
Aliado a isto está nossa perspectiva de proteção ambiental, conduzida com foco principal na nossa espécie. Um exemplo é que devemos agir corretamente para salvar o planeta pelo bem da espécie humana, das futuras gerações ou dos mais necessitados e não pelo meu ou pelo seu bem.
Acredito e incentivo campanhas concervacionistas de todos os tipos, por questões éticas e científicas, mas penso que o foco central das discussões sobre conservação deveriam ser mais focados nos indivíduos. Somente quando notarmos os benefícios pessoais da conservação dos recursos é que estaremos realmente tomando medidas práticas para conserva-los.


Somos egoístas por natureza e só agimos grupalmente quando o beneficio individual é maior que o benefício do grupo. A idéia de uma consciência global é interessante e tem grandes chances de se desenvolver um dia, mas eu ainda tenho dúvidas se há tempo para esperarmos ela chegar.
um bom exemplo de campanha pode ser visto aqui

sábado, 5 de abril de 2008

Nós os gambás..

Venho através desta criticar de forma verdadeira, sincera e honesta a maneira com que vocês nossos primos primatas conduzem suas vidas pessoais e profissionais. Escrevo este ensaio também na tentativa de entender um pouco mais as incoerências associadas a este estranho modo de vida, e o porque vocês fazem tanta questão de ignorar as outras manifestações animais.

Meus queridos placentários, nós como os outros seres vivos, apesar de muito diferentes de vocês primatas modernos também pensamos e lutamos pelos nossos direitos. Só não temos a quantidade de tempo ocioso que vocês tem.


Não passamos horas, dias e anos em frente a caixas luminosas, comendo mais do que precisamos, não criamos leis que somos incapazes de cumprir, nem pregamos o desenvolvimento sustentável, porque realmente também não acreditamos nele. Vocês chegam ao absurdo de criar pastagens para não precisarem mais caçar e mesmo assim ainda matam meus filhos para consumir uma misera porção de carne.

Alguns de vocês, a minoria, se diz mais inteligentes que os companheiros e pra provar isso pregam pedaços de papel ou couro de outros animais na parede e se auto-intitulam cientistas!
Esta sem dúvida está entre a guilda de seres humanos mais interessantes de se analisar, são dentre todas as criaturas as que mais leram livros e estudaram outras criaturas e ainda assim continuam a cometer os mesmo erros de incoerência dos menos letrados.

“Pesquisam” a biodiversidade mas ainda não se deram conta que fazem parte dela, geram listas e mais listas, nos dão uma série de nomes complicados que a maioria nem sabe pronunciar, produzem gráficos e números absurdos que só fazem sentido para si próprios.

Colecionam artigos científicos, como as crianças de sua espécie fazem com bonecas e figurinhas coloridas, balançam a cabeça e fazem caras de indignados em sinal de discordância quando recebem uma notícia triste e por isso se julgam especiais, diferentes, capazes de sentir e pensar mais.

Um de vocês (Wilson, 2002) uma vez me disse que o serviço prestado pelos ecossistemas é estimado em 33 trilhões de dólares por ano, bom, ou nós marsupiais não fazemos parte deste ecossistema ou vocês não sabem fazer conta.

Como um bom portador de sobrancelhas eu ainda posso me considerar com sorte em comparação aos outros animais da floresta que as vezes nem são vistos como tal, mas mesmo assim sou desprezado pela minha aparência triste e por minha fama fétida. Dessa forma só me resta aceitar o mesmo destino dos outros 99,9% da diversidade do planeta, às quais vocês ainda não descobriram uma utilidade imediata.

Triste pelo meu fim, mas feliz por já saber quem vem será o próximo.

Gambá.

domingo, 30 de março de 2008

Pegada ecológica


ou ecological footprint, uma ferramenta bastante interessante, que objetiva calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o nosso estilo de vida.

Desenvolvida por William Rees em 1992, e apesar de já ser bem conhecida, vem se transformando e aumentado cada vez mais sua acurácia.
Agrega vários componentes, como alimentação, demografia, destino do lixo e respectivas áreas necessárias para produção e descarte deste material.
Acredito que pode ser uma ferramenta para adequar estilos de vida diferente sem ferir princípios claros de liberdade. No final do quiz, você pode ver onde cada uma de suas ações poderia ser ambientalmente melhor, reduzindo dessa forma seu próprio impacto.

Vale a pena pensar mais um pouco.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Dia do Consumidor

Todo dia é dia… não bastasse o natal, a páscoa, o dia dos namorados, desde 1962 todo dia 15 de abril é considerado dia do consumidor, como a publicidade sempre vai além, recentemente foi criada a semana do consumidor. Mas enfim, como fazemos isso o dia todo desde que nascemos resolvi procurar no dicionário o significado da palavra. Consumir: 1. Corroer até a destruição; destruir. 2. Enfraquecer, abater. 3. Desgostar, modificar. Estas citações nos remetem a pensar em duas coisas: ou Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, era um louco ou exite muito mais por traz deste ato aparentemente inofensivo de consumir e lei-se daqui em diante comprar.

Olhando bem para cara dele, ele não parece muito a figura típica de um louco, e dada toda sua história de vida, acho que podemos dar-lhe um voto de confiança e tentar entender o que ele quis dizer.
Segundo dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) Os países industrializados, em 1999, eram responsáveis por 86% do consumo mundial. Enquanto isso a população mais pobre do planeta consome apenas 1%. Como vivemos na parte "boa" do planeta, deixamos de ter a real noção de quanto consumimos. Conseqüentemente não percebemos o impacto que geramos com isso.



Mas se pararmos para pensar e partirmos do pressuposto óbvio de que os recursos são limitados, veremos que estamos realmente comendo tudo a nossa volta e que muitos outros organismos (inclusive da nossa própria espécie) estão pagando a conta.
Quando consumimos uma salada de palmito por exemplo sem nos preocupar com sua origem, estamos assumindo o risco de contribuir com a extinção de muitas espécies da Mata Atlântica. Isso pra citar apenas um exemplo, podemos falar de petróleo, anel de brilhantes e qualquer outra coisa comprável.
No mundo comercial somente se fala em direito dos consumidores. E quanto aos deveres dos mesmos? Por exemplo, qual será o destino da bateria do meu celular velho depois que eu troco ele por um novinho, ou mesmo com os restos de comida que eu deixo no prato.
Proponho uma atitude racional. Uma atitude de consumo consciente.


Pense antes de consumir, reflita se você necessita mesmo do item que está adquirindo, a custa de que e como ele chegou até suas mãos, e o que seu ato de consumo causará.
Aumente os “Rs” em sua vida. Re-aproveite, Re-crie, Re-transmita.
Você há de concordar comigo que podemos fazer um pouco mais por todos nós...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O segundo melhor negócio do mundo

Quer fazer um bom investimento? Quer agir em prol da economia brasileira e ainda conseguir seu primeiro milhão com isso. Segue agora algumas dicas.
Primeiro você contrata grileiros para se apropriarem de terras públicas na Amazônia, depois consegue um registro ilegal da terra em alguma cidadezinha da região. Em seguida pede-se um financiamento rural púbico, para compra de tratores, correntes, sementes de soja ou as cabeças de gado. Agora vem uma decisão pessoal, que vai fazer de você apenas um cara rico ou milionário. Se você tem pressa e quer dinheiro rápido derrube a mata do jeito mais primitivo que conseguir imaginar, venda a madeira nobre pros carvoeiros ou simplesmente troque tudo pelo serviço de pasto limpo. Agora se você pode esperar um pouquinho mais, arrende a terra para uma madeireira eles pagam melhor que os carvoeiros e ainda garantem que essa madeira tupiniquim vai servir de armário em algum lugar da Europa. Depois da terra limpa você pode criar gado como se criava na idade média ou ainda plantar soja para ser vendida para China como ração de galinhas. Neste exato momento você já deve estar rico com todo o commodities que vendeu, ai o governo pressionado pelos ambientalistas e pelas entidades internacionais de proteção do clima, resolve que você deve ser punido por devastar terras públicas da Amazônia. É normal que você se descontrole agora e pense por alguns instantes que tudo está perdido, que o valor da multa será enorme e que será cobrado pelos financiamentos públicos que recebeu. Mas ai você lembra dos amigos da famosa bancada ruralista, dá dois telefonemas, um para o pessoal da “direita” e outro para o pessoal da “esquerda” os dois lados se articulam, fazem uma “coalizão partidária” e pronto. Anistia total da dívida e ainda pode “reflorestar” as áreas degradas com Eucalipto e dendê, que vão lhe gerar algum lucro no futuro. Simples assim.

Enquanto os produtores rurais que andaram dentro da lei, só desmataram o permitido dentro de terras particulares, ganha o premio dos tolos. Além é claro de nossa credibilidade internacional ir pro bueiro, tornando investimentos sociais e ambientais cada vez mais difíceis de se conseguir lá fora aumentando ainda mais as desigualdades sociais.
Ah.. digo que é segundo melhor negócio do mundo porque o primeiro é investir em petróleo, mas isso é outra história....

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Internet verde

Muito se discute hoje no mundo a respeito de meio ambiente e de soluções aplicadas para os nossos problemas ambientais. Neste contexto, tive a iniciativa de montar um blog sobre o assunto, um espaço virtual para divulgação das minhas opiniões, mas também um espaço para veiculação de idéias de outras pessoas e organizações que pensam neste problema. Ajudando desta forma no desenvolvimento de uma Internet Verde, com menos resíduos gerados por bit de informação disponibilizada.

Uma iniciativa que tem muito potencial para dar certo é o portal de vídeos ecológicos ECO 1 – Natureza em vídeos. Neste site são divulgados filmes com uma perspectiva ambiental e com o objetivo de apoiar didaticamente o ensino ecológico. Os Vídeos podem ser assistidos como os do youtube através do site http://www.eco1.com.br/


Outra iniciativa que me chamou a atenção essa semana foi o 1° Salão Nacional de Humor da Amazônia – ecologia no traço. A mostra pretende divulgar as tragédias cotidianas desta tão falada floresta aliando humor a denuncia. O regulamento e as datas de inscrição podem ser encontrados em http://salaohumordaamazonia.com/regulamento/index.php

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Pangea day

Uma iniciativa muito interessante de reconhecimento de cultura global... alguem têm uma camera para me emprestar

Eco-cotidiano

O apego ao ambiente ancestral como estratégia conservacionista!
Incentivar o antigo, o manual, o lento porém prazeroso pode ser uma estratégia conservacionista com grandes chances de dar certo. Parece realidade que natureza ancestral e a cultura moderna travam uma batalha, que em curto prazo, provavelmente a natureza sairá perdendo, nos deixando como principais prejudicados. A idéia já é antiga (mais ou menos 1930) mas parece que pouco foi colocado em pratica. Os parques naturais são criados em todo mundo, ou com normas restritivas demais ou sem restrição alguma, mas principalmente sem qualquer planejamento de uso. Não defendo aqui uma abertura e exploração total das unidades de conservação, mas apoiaria uma maior divulgação destas e melhor gestão destas, através de um zoneamento correto das áreas, e um intenso trabalho de marketing a fim de inserir indiretamente o homem comum nestas áreas. Esta abordagem tem grandes chances de dar certo, pois temos de forma geral uma inclinação inata a se apegar a estes tipos de ambientes. Nós somos tão inclinados a isto que a todo o momento tentamos recriar este tipo de ambiente ao nosso redor, enchendo a casa de plantas, colocando arvores e fontes d’água em shoppings. A idéia é transformar o eco-turismo em um eco-cotidiano, ampliando a escala deste apego natural, para cultura e natureza tornem-se compatíveis.